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Sustentabilidade

A Ética do Senhor

20 de Maio de 2011

José Fatuch Júnior

fatuch@uol.com.br

sadoutrina.org - Sustentabilidade - Ética

O CONCEITO:
 Quando vamos buscar definições para a palavra Ética em livros ou dicionários, encontramos várias teorias e comparações, impedindo a obtenção de um conceito preciso. Fica muito clara, porém, na maioria das pesquisas, a ligação da Ética com a Moral. Aliás, uma descrição comum para a Ética é a de que se trata de um ramo da ciência, ou da filosofia, que estuda o comportamento humano, em seus aspectos morais. O próprio termo – Ética - deriva do grego Ethos, que significa caráter ou modo de ser.

O ADJETIVO: Também podemos entender a Ética como um conjunto de valores morais aceitos pela sociedade para delinear a conduta de seus membros. De qualquer forma, não há mais dúvidas sobre a importância cada vez maior que verificamos nos estudos sobre esse assunto. Na atualidade, a Ética tem sido objeto de discussão em todos os campos do trabalho e do conhecimento, na grande maioria das nações, podendo-se dizer que se transformou de substantivo em adjetivo indispensável à formação e maneira de atuar das pessoas que buscam reconhecimento em suas atividades. Vale o mesmo para as entidades e organizações.
 
Aliás, várias delas perceberam rapidamente a importância do atributo para os seus resultados econômico-financeiros e procuram transmitir aos seus colaboradores a necessidade de cumprimento de preceitos éticos previamente estabelecidos através de códigos de conduta.

DIFERENÇAS ENTRE ÉTICA E NORMAS LEGAIS: Antes de continuar o nosso estudo, precisamos ressaltar algumas diferenças entre a falta de respeito (ou de educação), a falta de ética e a ilegalidade.

Entendemos como falta de respeito a descortesia para com organizações ou pessoas (normalmente presentes) ou que estejam sendo atingidas diretamente por alguém.

Por outro lado, entendemos a falta de ética como a prática desprovida de moral em que a pessoa responsável pode ou não estar sendo observada, enquanto que a pessoa ou entidade eventualmente ofendida não está presente para se defender.

Já em relação à ilegalidade, o assunto passar a ser tratado de forma oficial, com punições previstas para o descumprimento da lei, o que  não ocorre com a falta de ética, que não está sujeita à lei ou à autoridade.

A EVOLUÇÃO DAS REGRAS: Com o passar do tempo e a ocorrência de abusos, várias situações que configuravam falta de ética ou de respeito passaram a ser consideradas ilegais, como forma de proteger melhor os entes de humilhações ou ofensas. Temos, por exemplo, as discriminações de pessoas por raça, cor, etnia, religião ou procedência regional, que passaram a ser consideradas crimes após a promulgação da lei nr. 7716, de 05.01.1989). Quanto às discriminações de pessoas por idade, sexo ou em função de necessidades especiais, estão seguindo o mesmo caminho, pois já existem projetos de lei em análise.

OS ENSINOS DE CRISTO:  Entretanto,  o recente destaque atribuído ao tema não se apresenta como novidade para nós, uma vez que a Bíblia já vem tratando disso há milhares de anos, não com esse nome (Ética), mas com os mesmos objetivos, quais sejam a moralidade e a boa conduta das pessoas. Embora existente no Antigo Testamento, tal enfoque tornou-se bastante evidente no Novo Testamento, nos relatos sobre a passagem de Cristo pela Terra, Ele que foi o grande responsável pela introdução do mais notável conjunto de ensinamentos morais e espirituais de que temos notícia e que resultaram na Doutrina Cristã.

O SERMÃO DA MONTANHA: Com efeito, uma das maiores intervenções de Jesus Cristo nesse campo foi a celebração do famoso Sermão da Montanha, onde fomos todos presenteados com uma maravilhosa obra, estreitamente ligada à Ética e até hoje lembrada, respeitada e repetida em inúmeras denominações religiosas no mundo inteiro.

A LEI: Um dos exemplos marcantes daquelas explanações está descrito em S. Mateus 5.21 a 26, quando somos aconselhados a não nos encolerizarmos contra o próximo e nem desejar o seu mal. Tal postura nos remete a um estágio superior ao da própria Lei dos homens, que proíbe a ação, mas não consegue identificar (e muito menos punir) eventuais intenções não declaradas. Nos versículos 38 a 48 do mesmo capítulo, o evangelista retoma a abordagem dos versículos anteriormente citados.

A SÓS: Alguém já  definiu Ética como uma prática que deve se manifestar independentemente de estarmos ou não a sós. Há quase 2.000 anos Jesus já nos alertava quanto a isso, dizendo: “Não tenhais medo deles, portanto. Pois nada há de encoberto que não venha a ser descoberto, nem de oculto que não venha a ser revelado” (Mateus 10.26). Quem não conhece a expressão bíblica contida em Provérbios 15.3: “Os olhos de DEUS estão em todo o lugar, contemplando os bons e os maus”?  É por esses e muitos outros ensinamentos cristãos que temos a firme convicção de que, ao seguir tais orientações estaremos cumprindo, em nível superior de zelo, tudo aquilo que se espera dos cidadãos pela sociedade moderna, no que se refere à Moral e aos bons costumes.

AS CARTAS DE PAULO: E os ensinos de Cristo continuaram a ser divulgados pelos evangelistas e apóstolos ao longo de muitos anos após a sua morte, sendo o Apóstolo Paulo um dos grandes responsáveis por essa missão. Nas suas famosas epístolas, com direcionamentos a diversos públicos, ele passou a tratar, em profundidade, de vários assuntos ligados à moralidade.

EFÉSIOS: Na carta aos Efésios, entre os capítulos 5.21 e 6.9, verifica-se a importância de se manter comportamento digno do verdadeiro Cristão e, portanto, ainda mais nobre do que aquele exigido pela Lei.  São mencionados e alertados, pela ordem, as mulheres, os maridos, os filhos, os servos e os senhores, sendo esses dois últimos grupos equivalentes aos empregados e empregadores dos tempos atuais. A propósito, é nessa relação trabalhista que se pode medir, de maneira muito clara, o grau de envolvimento das partes com os princípios éticos que devem ou deveriam nortear a conduta de todo crente.

CONSCIÊNCIA: Também encontramos citações, não menos relevantes, nas cartas aos Colossenses (3.18 a 4.1) – tratando da moral doméstica, a Tito (2.1 a 3.2) – com passagens esclarecedoras para os idosos, os jovens e os fiéis em geral e aos Romanos (13.1 a 7), esta última definindo, de forma clara, o nosso dever em relação à Ética do Senhor, notadamente a partir do versículo 5: “Por isso, é necessário submeter-se (às autoridades mencionadas no versículo 1) não somente por temor do castigo, mas por dever de consciência”. E qual o melhor indicador de nosso comportamento ético, senão a nossa própria consciência? Já no livro de I Coríntios (v. 4.12) localizamos uma afirmação que podemos considerar como sendo a grande síntese do pensamento do Apóstolo Paulo sobre o assunto: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas não me deixarei escravizar por coisa alguma”.

DEMAIS REFERÊNCIAS: Se continuarmos a pesquisar nas Escrituras, certamente poderemos identificar muitas outras passagens ligadas aos temas em referência neste estudo, inclusive com abordagens dos evangelistas e dos apóstolos que aqui não foram mencionados, mas igualmente significativas, já que a fonte de todas as inspirações, como sabemos, vem do SENHOR.

FAZENDO A DIFERENÇA: Concluímos dizendo que, como seguidores da Doutrina Cristã, o nosso papel no mundo precisa ser diferenciado. Não podemos ter medo de ser diferentes quando, por exemplo, recebemos alguma repreensão de nossos superiores e mantemos a mansidão e a humildade e até oramos por eles, conforme recomendações do Senhor Jesus. Não podemos ter medo de ser diferentes quando, por exemplo, mesmo estando sozinhos, evitamos a realização de atividades particulares durante o horário de trabalho. Não podemos ter medo de ser diferentes quando, por exemplo, não damos vazão à divulgação de comentários maliciosos a respeito de nossos colegas de trabalho ou de estudo. Esta é a nossa missão: Ser Éticos, em nome do SENHOR.

José Fatuch Junior
Maio / 2011
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