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A Espiritualidade em Nossas Vidas

25 de Novembro de 2014

Gilmar Augusto Silva

gilmar_aug@yahoo.com.br

sadoutrina.org - Biblioteca Digital - Trabalhos

O termo espiritualidade está ligado ao substantivo espírito, cuja palavra de ação é o verbo espiritualizar, ou seja, tornar-se espírito ou tornar-se em espírito. Nós só poderemos nos tornar em espírito quando desencarnarmos, ou seja, quando a nossa carne morrer. Contudo, sabemos que é possível e necessário vivermos uma vida espiritualizada ainda estando encarnados. Vamos entender a necessidade e a possibilidade de isto acontecer.
Quando Deus criou o homem, criou-o com o espírito, que o acompanha enquanto o homem vive. Isto está bem claro para nós no texto de Paulo:
I Coríntios 2.9-12
9 Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam.
10 Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus.
11 Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus.
12 Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus.

Nas escrituras, se observarmos o princípio, temos:
 Gênesis 1.1-3
 1 NO princípio criou Deus os céus e a terra.
2 E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
3 E disse Deus: Haja luz; e houve luz...
Lendo todo o texto, vamos ver que Deus, desta forma, chega ao sexto dia da criação. Observe que ainda não havia a presença do homem. Toda a criação havia sido feita pelo Espírito de Deus. Continuando o texto de Gênesis, temos:
Gênesis 1.26-31
26 E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.
27 E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
28 E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.
29 E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento.
30 E a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento; e assim foi.
31E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto.
Observe que Deus só criou o homem no sexto dia da criação e que o homem foi feito “alma vivente” através do sopro da boca de Deus, de onde o homem recebeu o espírito.
Desta forma o homem foi originado do Espírito de Deus e este habita dentro do homem. O espírito é o elo de ligação do homem com a sua origem, ou seja, com Deus. Quando o Senhor Jesus esteve entre os homens, Ele habitou na terra na forma humana, ou seja, Ele foi nascido de mulher e esteve sujeito aos mesmos sentimentos aos quais está sujeito qualquer homem, e tudo isto para mostrar aos homens a possibilidade de se viver, aqui no mundo, uma vida espiritualizada.
João 1.1-2
1 NO princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2 Ele estava no princípio com Deus.
João 1.14
14 E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
Gênesis 2.7
7 E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.
Gálatas 4.4
4 Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,
A partir deste conhecimento, temos a ciência de que viemos de Deus, temos de viver para Ele e também que, quando este corpo deixar de viver, temos de voltar para Ele. Foi exatamente isto que aconteceu com o Senhor Jesus.
Desta forma, precisamos nos adaptar, de forma gradativa, à vida espiritual. Esta adaptação ocorre na medida em que vamos interagindo com Deus através de nossas atitudes. Observe bem: Deus é intangível e só podemos interagir com ele por meio da fé e de atitudes espiritualizadas.
João 4.23-24
23 Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.
24 Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.
Para que possamos interagir com Deus e participar das benesses da vida espiritual, precisamos afinar nossa comunicação com o mundo espiritual, que é, de certa maneira, paralelo e superior ao nosso. Esta comunicação só pode ser efetivada através de atitudes como a caridade, a simplicidade, a guarda da lei maior e, principalmente, o exercício da fé, que é a plataforma que torna tudo isso possível.
Mateus 25.31-46
31 E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória;
32 E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas;
33 E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda.
34 Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;
35 Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;
36 Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me.
37 Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?
38 E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos?
39 E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te?
40 E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
41 Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;
42 Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;
43 Sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes.
44 Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos?
45 Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim.
46 E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna.
Observe que a afinidade com o mundo espiritual só se dá através da renúncia da satisfação da vida carnal em privilégio da satisfação do espírito, o que acontece pela prática das obras denominadas “Frutos do Espírito”, já mencionadas anteriormente.
Para que possamos afinar nossa comunicação com o mundo espiritual e consequentemente com Deus, foi nos dado, pelo Senhor Jesus, a promessa do Espírito Santo, que faz a ponte entre o nosso espírito missionário (aquele que habita em nosso corpo, o qual veio de Deus e para Ele deve retornar) e o próprio Senhor Jesus, Sumo-Sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque, o qual intercede por nós junto do Pai. Além disso, o Espírito Santo nos orienta na maneira como devemos interagir com o mundo espiritual.
Hebreus 4.14-15
14 Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão.
15 Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
O Espírito Santo, fruto da promessa de Cristo, habita entre nós, como bem sabemos e cremos, e sua missão é nos ajudar no processo de nossa própria espiritualização. Para isso, temos de entender que andar segundo o espírito é um modo de vida, ao qual temos de aderir e nos aperfeiçoar. Isto está diretamente ligado a uma maneira simples de viver, sem se deixar levar pelo deslumbramento que as coisas terrenas, por suas belezas aparentes, causam nos homens, até mesmo naqueles que são adeptos da espiritualidade.
Precisamos ter em mente que existe uma guerra estabelecida entre o bem e o mal, e que a promessa do grande inimigo é “perseguir a semente da mulher”, como podemos claramente ver a seguir:
Apocalipse 12.17
17 E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao remanescente da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo.
Já foi citado por outros irmãos, de maneira sábia, a rivalidade entre as obras da carne e os Frutos do Espírito, os quais estão detalhadamente descritos e para a prática dos quais devemos atentar. Observemos que o Senhor Jesus, apesar de ser o todo poderoso, se despiu de sua divindade e se vestiu de humanidade, sofrendo como homem carnal as mesmas situações a que estamos expostos durante toda a nossa existência, ou seja, o compromisso do trabalho, o desafio da honestidade, da sujeição às leis divinas, da conservação da humildade, do amor ao próximo, da resignação quando ofendido e outras “qualidades” que devemos cultivar mesmo quando o mundo e a sociedade nos cercam e nos impelem para o caminho contrário.
Cultivar a espiritualidade significa viver uma vida simples, onde os maiores valores não são, como o mundo prega, o status social, que é medido pelos bens que possuímos, as roupas que vestimos, o carro em que andamos, a graduação intelectual ou a fama que temos entre os nossos pares. Vida simples é viver cada momento considerando-o único, como sendo uma dádiva de Deus, amando sinceramente aos semelhantes, mesmo que eles não sejam tudo aquilo que queríamos que fossem, exercendo a caridade na sua forma plena, sem olhar a quem se faz ou se é ou não merecedor.
É conservar o nosso caráter e bens espirituais sem deixar que sejam arranhados por atitudes desmedidas. É chegar em qualquer lugar de cabeça erguida, sem ter a vergonha de encarar quem quer que seja a despeito de qualquer ofensa ativa ou passiva. É saber o exato momento em que temos de ser valentes ou mansos. É perdoar ao próximo, mesmo que seja provado o erro dele, e ainda se entristecer e rogar a Deus por ele, sabendo que terá de responder pelos seus atos.
Enfim, cultivar os Frutos do Espírito é imitar com a máxima fidelidade possível a vida exemplar de Cristo, com uma grande vantagem que não podemos deixar de ressaltar: Não será preciso morrermos na cruz. Ele já fez isto por nós.

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